quinta-feira, 19 de novembro de 2009

EIS QUE TARDA MAS NUNCA FALHAS

 Em meu último post fiz um pedido de S.O.S. Tardou, mas não falhou a resposta vinda do alto. Eis que a chuva volta a cair. E caindo, penetra a terra e molha as raizes ressecadas. Cria pequenas poças de esperança, e inunda-me. Aos poucos parece que avisto algumas outras árvores. Oásis nesse árido deserto. Vejo também abelhas trabalhando, levando pólen, levando vida, levando resistência.



Joel 2


21 Não temas, ó terra: regozija-te e alegra-te, porque o SENHOR fez grandes coisas.

22 Não temais, animais do campo, porque os pastos do deserto reverdecerão, porque o arvoredo dará o seu fruto, a vide e a figueira darão a sua força.

23 E vós, filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no SENHOR vosso Deus, porque ele vos dará em justa medida a chuva temporã; fará descer a chuva no primeiro mês, a temporã e a serôdia.

24 E as eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de mosto e de azeite.

25 E restituir-vos-ei os anos que comeu o gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a lagarta, o meu grande exército que enviei contra vós.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

S.O.S.

Meus galhos estão secando.
Já não mais alcanço o sol.
Falta-me o ar, a luz.

Parece que os dias de resistência dessa árvore estão chegando ao fim. A semente sempre estará no meu coração. Mas estou ficando sem forças.

Sinto-me um arbusto de varanda, aquele esquecido, há muito não sou "regado", cuidado. Sol de dia, frio à noite. Água, apenas da chuva, ou seja, ou pouca ou em excesso. O sol das 12h queima e rasga minha pele.

Não só faltam-me nutrientes para crescer, falta-me para ser, existir.
Sinto-me fraco.

Olho ao redor e não vejo luta, só asfalto.
Não há resistência.
NÃO HÁ.

POR ISSO FAÇO MINHA A ORAÇÃO DO SALMISTA

SALMO 22

1 DEUS meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?
2 Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego.
3 Porém tu és santo, tu que habitas entre os louvores de Israel.
4 Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.
5 A ti clamaram e escaparam; em ti confiaram, e não foram confundidos.
6 Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo.
7 Todos os que me vêem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo:
8 Confiou no SENHOR, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer.
9 Mas tu és o que me tiraste do ventre; fizeste-me confiar, estando aos seios de minha mãe.
10 Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.
11 Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude.
12 Muitos touros me cercaram; fortes touros de Basã me rodearam.
13 Abriram contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge.
14 Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.
15 A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar; e me puseste no pó da morte.
16 Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as mãos e os pés.
17 Poderia contar todos os meus ossos; eles vêem e me contemplam.
18 Repartem entre si as minhas vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa.
19 Mas tu, SENHOR, não te alongues de mim. Força minha, apressa-te em socorrer-me.
20 Livra a minha alma da espada, e a minha predileta da força do cão.
21 Salva-me da boca do leão; sim, ouviste-me, das pontas dos bois selvagens.
22 Então declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.
23 Vós, que temeis ao SENHOR, louvai-o; todos vós, semente de Jacó, glorificai-o; e temei-o todos vós, semente de Israel.
24 Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.
25 O meu louvor será de ti na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.
26 Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao SENHOR os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente.
27 Todos os limites da terra se lembrarão, e se converterão ao SENHOR; e todas as famílias das nações adorarão perante a tua face.
28 Porque o reino é do SENHOR, e ele domina entre as nações.
29 Todos os que na terra são gordos comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele; e nenhum poderá reter viva a sua alma.
30 Uma semente o servirá; será declarada ao Senhor a cada geração.
31 Chegarão e anunciarão a sua justiça ao povo que nascer, porquanto ele o fez.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Palavras como Pólens

Diante de uma realidade indesejada o discurso de resistência de uma árvore sadia deve ser como o pólen e não como a bomba.

A bomba tem como finalidade destruir uma determinada realidade, exige perícia no seu manuseio e na sua aplicação para que os danos sejam apenas os desejados, no entanto, danos colaterais são comuns. Por vezes cremos que para alterar realidades de concreto e de asfalto necessitamos de bombas que rapidamente as destruam. Mas e depois? Nada sobra. Nada resta. Faz-se então necessário uma reconstrução mas não sem antes remover os escombros deixados para trás. O som de uma bomba pode ser ouvido a quilómetros de distância e suas consequências sentidas. Muitos discursam como bombas, e o pior, de maneira irresponsável.

O discurso de resistência da árvore é outro, chama-se polinização. Ao contrário da bomba o pólen não trás destruição, trás mudança através da criação, através da vida. É um discurso mais silencioso, subversivo e com um fim absolutamente planeado. Não há som no pólen, mas seu discurso floresce em um quintal até mesmo para além do oceano. O fim do pólen é apenas um, jamais poderá nascer outra árvore senão aquela determinada pelo pólen. E ainda que uma árvore de resistência consiga com sua polinização gerar apenas doze árvores durante toda sua vida, pode ser que mais de dois mil anos depois, uma árvore, fruto desse sonho, continue a polinizar um discurso de resistência, esperança e vida em meio a selva de pedra existencial.

sábado, 2 de maio de 2009

Querido amigo...

Queria dizer-te amigo a falta que me fazes.
Sei que tua agenda cheia deixa pouco espaço para lembrar daquele que a muito partiu. Mas peço que de mim não te esqueças pois não esqueço de ti. Novos amigos certamente farei, e tu também o farás. Novas aventuras viverei. Mas sempre estarás marcado em meu coração, amigo meu, sempre terás espaço privilegiado em minhas memórias, e é certo que até meus netos saberão teu nome.

Não te esqueças de mim amigo pois enquanto em tua memória eu viver certamente não morrerei.

Quero que saibas também que tú és parte daquilo que sou, mas só das partes boas, as ruins são aquelas que não me deixei mudar por ti. E, que tens parte em minhas vitórias, e que minhas derrotas vieram quando não te ouvi.

Soube primeiro que tu me amaste quando junto comigo choraste por algo que não doia em ti, mas doia sim. Tú foste para mim mais que um amigo, foste irmão. E como irmão mais velho buscas-te conduzir-me pelas palavras, palavras que também usaste para ferir, quando sonhando acordado rumei para o perigo.

Obrigado meu amigo por ter existido e por existir, escrevo-lhe estas palavras somente para que saibas que não me esqueci, não me esqueço e não me esquecerei de tí.

Teu nome, tu sabes bem, não preciso dizê-lo a ti.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ao 3º dia

Minha agonia só parece-me aumentar.
Já há três dias que te deixaste matar.

Ainda não percebo o que se passou.
Parece-me um sonho mal, sem fim.
Porque partiste? Agora estás longe de mim.
(…)
Bateram à porta e falavam de ti.
Disseram-me que sou corpo fora roubado.

Ao Chegar ao sepulcro seu corpo não vi,
apenas os panos em que fora enrolado,
e depois, Tu Ó Mestre, em seu novo corpo: GLORIFICADO!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Enquanto a Pascoa não vem!!!

1º Dia - Solidão pré-pascoal

Sei que me vias. Por dentro. No fundo.
Sei que conheceste minha intenção.

Ainda assim chamaste-me amigo.
Ainda assim tu ceaste comigo.
Partiste-me o pão como a um irmão.

Agora fiquei novamente sozinho.
Disseste-me que tinhas que ir.

Estou novamente perdido.
Desconsolado, desiludido.
Sendo tu Deus: - Por que te deixaste morrer então?
.
.
2º dia – Quem sou eu sem ti?

Há alguns anos lá estava eu:
Sem ti, à margem, sozinho.

Preocupado com minha vida.
Sem destino, sem rumo, sem caminho.
Deixado à mercê da maré da ilusão.

Foi quando vi-te à caminhar sozinho.
Procuravas algo! Achaste-me: irmão!

Nunca te importaste com meus pecados.
Tornaste-me alguém melhor, aprovado.
Como ser EU sem ti, agora, meu Mestre-irmão.

Marcus Baridó 11-04-2009

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Infverno

É frio o vento que corta a pele!
É frio o tempo que passa!
É fria a água!
É frio o toque!
É frio até o sol!

Seca a pele, seca o tempo, seca a água. Seca o toque e seca o sol. Seca até pensamentos e corações! Seca mesmo almas!

As folhas caem, galhos se retorcem, como se a vida aos poucos se esvaice como se o sague ficasse mais espesso e corresse mais lento.

Fica tudo frio, FRIGIDO! Olhares frigidos, desejos frigidos, palavras frigidas, sonhos frigidos.

Tudo desregulado, desregrado, degenerado... é o caminhos estreito entre espinhos. São cortes profudos. Marcas permanentes. Dores. Fluidos.

GELO. A morte e a conservação de mãos dadas rumo ao abismo dos dias cinzas e chuvozos.

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FELIZ ANIVERSÁRIO PRA MIM, O PRIMEIRO NO INVERNO ;)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

FIRME ESTÁ O MEU CORAÇÃO

Eu continuo olhando para cima, para o lugar de onde provem o alimento da minh'alma, para o alto, os altos montes de onde correm rios abundantes. Mesmo os dias cinzentos de Lisboa não afastaram a luz do sol das minhas raizes pois continuei a ter a certeza de que o Sol continuava a brilhar para além das nuvens. Sou, ainda, apenas semente mas pronto para "morrer" para viver e romper o asfalto árido dessa terra antes distante mas agora MINHA TERRA. MEU JARDIM. MINHA CASA.

EU SEI BEM PARA ONDE VOU, E COMO ÁGUIA VOU...