quinta-feira, 27 de março de 2008

AEDES EXPIATÓRIO

Existe na natureza um pequeno animal que se alimenta do sangue humano, seu nome: Político! Os políticos são responsáveis pela transmissão de uma série de doenças, mas a pior delas é a transferência da responsabilidade. No caso mais recente temos visto a responsabilização do mosquito Aedes aegypti pela morte de mais de 50 pessoas. Não foram esses pobres mosquitos, nem a dengue, nem a desidratação que mataram essas 50 pessoas.
Ainda me lembro de minha professora de filosofia no segundo grau, ex-médica, afirmar sobre sua mudança de profissão: “Mudei de profissão porque vi que o povo precisa é de educação!”. Educação essa que no caso de nosso país é garantida pela constituição federal como direito fundamental de todo cidadão e obrigação do Estado. Parafraseando minha professora permito-me então afirmar que a causa da morte dessas mais de 50 pessoas no Rio de Janeiro é a transferência da responsabilidade. Políticos culpam a população que não toma as medidas necessárias para evitar a proliferação do mosquito. A população por sua vez culpa o mosquito. E o pobre do mosquito, em meio a uma crise existencial culpa Deus: “Por que o Senhor me fez assim, assassino, transmissor de doenças terríveis?” Deus por sua vez não transmite a responsabilidade, assume! E envia seu filho para morrer nas mãos dos políticos, numa cruz ou numa picada do Aedes.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Eu não estava lá

Quando Ele nasceu,
No Seu primeiro passo,
Eu não estava lá...

Sua primeira palavra,
eu não ouvi...
Nem O carreguei no colo,
eu não estava lá....

Não brinquei com Ele,
Não O vi crescer,
eu não estava lá...

Seu rosto não conheci,
eu não estava lá...
Mas na pesada cruz eu estava,
Ele tomou o meu lugar!

(Marcus Baridó – 20 de Dezembro de 2007)

Feliz Páscoa! Ressurreta!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Para que servem manuais?

Não ousaria escrever um manual sobre como tornar-se uma árvore que rompe asfalto. Isso também apenas criaria mais asfalto. Mais limitação. Mais opressão. Mais regras para o jogo. Portanto escrevo com um único fim: partilhar minhas experiências, para quem sabe, inspirar árvores a realmente serem árvores. Com a esperança de mobilizar um movimento de resistência contra as trans-amazônicas que cortam nossas vidas e muito mais do que romper asfalto, destruí-lo completamente, consumi-lo.
Talvez você se sinta como um arbusto de vasinho posto à varanda ou apenas como uma árvore de canteiro cuja único fim é ornamentar e dar sombra. Não. Árvores são selvagens. Entretanto, antes precisam estar plantadas em terra boa, junto à ribeiros de águas, ainda que cercadas por asfalto.

terça-feira, 4 de março de 2008

Todos Mortos

“Vivo! Morto! Morto! Morto! Vivo!” Repete o professor insistentemente a seus alunos enquanto os educa à submissão. “Às suas marcas! Preparar!” E o coração do atleta dispara pela ansiedade da espera do comando, ali, ele é prisioneiro. A luz vermelha do sinal às 2 da madrugada tornam os olhos inquietos por temerem o perigo. E as placas encobertas pelo mato alto das estradas nos trazem a dúvida: O que será que estava escrito? Será que ...? Mais Ansiedade.
Vivemos esperando sinais. Comandos. Esperando que alguém nos diga oque fazer. Como fazer. Quando fazer. Esquecendo-nos quase sempre de questionarmos: “Porque?”. Não importa, afinal aprendemos a ser comandados. “Morto! Morto! Morto! Morto!” Nunca vivo.