quinta-feira, 27 de março de 2008

AEDES EXPIATÓRIO

Existe na natureza um pequeno animal que se alimenta do sangue humano, seu nome: Político! Os políticos são responsáveis pela transmissão de uma série de doenças, mas a pior delas é a transferência da responsabilidade. No caso mais recente temos visto a responsabilização do mosquito Aedes aegypti pela morte de mais de 50 pessoas. Não foram esses pobres mosquitos, nem a dengue, nem a desidratação que mataram essas 50 pessoas.
Ainda me lembro de minha professora de filosofia no segundo grau, ex-médica, afirmar sobre sua mudança de profissão: “Mudei de profissão porque vi que o povo precisa é de educação!”. Educação essa que no caso de nosso país é garantida pela constituição federal como direito fundamental de todo cidadão e obrigação do Estado. Parafraseando minha professora permito-me então afirmar que a causa da morte dessas mais de 50 pessoas no Rio de Janeiro é a transferência da responsabilidade. Políticos culpam a população que não toma as medidas necessárias para evitar a proliferação do mosquito. A população por sua vez culpa o mosquito. E o pobre do mosquito, em meio a uma crise existencial culpa Deus: “Por que o Senhor me fez assim, assassino, transmissor de doenças terríveis?” Deus por sua vez não transmite a responsabilidade, assume! E envia seu filho para morrer nas mãos dos políticos, numa cruz ou numa picada do Aedes.

5 comentários:

Unknown disse...

belo texto!!! realmente devemos refletir sobre as diversas causas do "problema da vez", nesse caso o mosquito. mosquito esse que sempre existiu causando doenças, porém não com esses números alarmantes!!! virou caso de segurança nacional, até hospitais de campanha estão sendo montados as presas, como numa situação de guerra, já que nossos hospitais assim como as escolas públicas sofrem com a falta de estrutura mínima...e nessa história como sempre, quem leva a pior é o povo, que segue penando doente e ignorante!!!

Anônimo disse...

Muito bom começo para um futuro teólogo.
Esse é um dos papéis do homem de Deus na sociedade.

Pedro Grabois disse...

É cara,
isso é muito comum mesmo na nossa política diária: a transferência da responsabilidade de um pra outro.
Volto e meia escuto alguém reduzindo uma questão de interesse geral dizendo que tal assunto é dever do Estado cumprir.
Mas se é função do Estado realizar e efetuar tal e tal ações, cabe à sociedade civil organizada cobrar e fiscalizar tais ações.
Cabe à sociedade civil perceber que ela e o Estado são uma só coisa.

Abração!
GIG!

Fábio Aguiar disse...

Diante deste contexto qual o nosso papel? Sei que este desafio é meu. Também é seu meu irmão? Que o Senhor nos constranja e instigue a não nos deixarmos ser apenas meros expectadores.

Forte abraço,

Fábio Aguiar

P.S. Cara to curtindo muito sua amizade. Só não dá mais pra ficar matando aula heheheheh!

Iara disse...

E olha que o Aedes é só um hospedeiro, coitado... Tudo que ele faz é levar o vírus para lá e para cá.
Já disseram aqui que a transferência de responsabilidade é problema de todos, e é mesmo: a gente colocou esses caras lá (três vezes elegemos o César!), temos que cobrar!
E, como igreja, o que podemos fazer? Será que vamos continuar só orando pelos doentes e pelos governantes? Ou vamos mostrar amor também como gestos - doando sangue, alertando a população, ensinando a votar e a cobrar... Estou aprendendo que a oração é como a fé: sem obras ela é morta.