sábado, 26 de abril de 2008

Vapor Barato

Um pouco de água em uma panela, uma boca de fogão acesa e está pronta a experiência! A espera é diretamente proporcional à quantidade de água, mas, poderemos ver alguns minutos depois o vapor subindo! É só o início da experiência. Convido-o a fixar seus olhos no vapor enquanto ele sobe no ar e se dissipa. Rápido, muito rápido. Se estiver uma brisa, o vapor dissipa-se tão rápido que é necessário fixar os olhos em outra coisa enquanto o vapor apenas passa, e sua passagem sim conseguimos observar, às vezes. - Que barato, não é mesmo?/ - O vapor é um barato!/ - Mas que vapor barato! Não dura nada! Pouco permanece, logo se dissipa! Evapora!/ - Palavra espetacular! Cade a água que estava aqui? Evaporou!/ - Puff! Sumiu! Ninguém viu para onde foi! - Como assim?/ - Evaporou! Nesse sentido sim: Vapor Barato! Certa música de mesmo título canta os seguintes versos: “Eu não preciso de muito dinheiro/ Graças a Deus!”. Creio que se Jesus vivesse em nossos dias e o monte de suas pregações fosse o da Rocinha ou do Vidigal ele incluiria: “Bem aventurados os que não precisam de muito dinheiro, dêem graças ao seu bom Deus, pois o dinheiro é como um vapor barato!” . E com sua sabedoria citasse Eclesiastes: “(...)vi eu que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja que o homem tem do seu próximo. Também isso é vapor e desejo vão. (...) Melhor é um punhado com tranqüilidade do que ambas as mãos cheias com trabalho e vão desejo.” Acontece que certamente seria interpelado por algum pastor evangélico que diria: “Meu filho, você é muito novo, ainda não entende as coisas da vida! Veja o caso de um membro da minha igreja. Nascido em um lar pobre, trabalhou arduamente sua vida inteira e tendo sido abençoado por Deus, prosperou!” Talvez Jesus novamente voltasse a Eclesiastes: “Melhor é o mancebo pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar, embora tenha saído do cárcere para reinar, ou tenha nascido pobre no seu próprio reino.” E lembrasse o pastor de que o muito trabalho daquele homem o tinha distanciado de sua esposa e o levado ao adultério. E de que seus filhos sentiam a ausência do pai sempre sem tempo e cansado de tanto trabalhar.

2 comentários:

Fábio Aguiar disse...

Por onde tem andado meu caro? Não o tenho visto no seminário. Ainda me deve ao menos uma conversa. Forte abraço.

Fábio Aguiar disse...

Você sumiu do mapa meu caro. Dê notícias.

Fábio